quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Algo do verde nas algas de Laura Cesana (fragmento)

algo se presentifica no frescor da memória que reverdesce. algo das algas relincha nos alvores submersos entre a poalha de cinza e os espelhos de chumbo que nos impedem o tempo dos insectos. podemos agarrar-nos aos limos de uma infraestrutura transparente e ascender às húmidas constelações. que lembram ouriços e orifícios. algo assoma como um adágio selvagem dedilhado na frágil superfície do instante. das artérias verdes e impantes. algo das algas. algo de um tempo verde com a suas brânquias arborescentes. algo do agora antiquíssimo. algo de oloroso. de substantivo. de oloroso. nas bátegas do verde da chuva que cai do chão e sobe pelas paredes libertas até ao poente de um cavalo marinho. algo das algas. algo das ervas crescendo nos jardins de água........................................luís filipe pereira

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