terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

com o pé de A. Tàpies (fragmento)

com o pé de tàpiès caminho até ao mar descendo as esquinas das fábulas de gaudí. caminho por dentro das arestas de azulejos despintados. barcelona. azul.argamassa. a carne da tela faz-se às mãos silentes do pintor calígrafo de estremes manchas e poalhas. livres e intensas. cores das células. entre as células das cruzes lentas.com o pé de tàpies caminho um caminho de poros abertos sobre o mar das conchas desertas. das cores labiais. caminho na superfície aérea das violentas vogais. dos espelhos ocos. dos silêncios diagonais. com o pé de tàpies percorro a fortuna das vagas onde naufragam os passos. os sentidos.ora no mar branco das telas a pele estriada do mundo. barcelona de tinta fresca.uma varanda de gaudí onde um poema. com o pé descalço de Tàpies tropeço como se no gato irado que imperfeito se desenhasse até ao perfeito píncaro alado da sagrada família. tantas cores num breve enlace. tantos pássaros estultos como ferros.com o pé de tàpies acendo os muros nos barcos do branco das manhãs.barcelona.mancha................................

3 comentários:

Anónimo disse...

desejo que pé-ante-pé construas este espaço de criação que embora estreante é já um magnífico lugar de teus textos poéticos que mão-ante-mão connosco partilhas e nos proporcionas a lembrança e a reinvenção de outros lugares, obrigado. rui

Anónimo disse...

adorei este, apesar de, provavelemente não conseguir perceber o verdadeiro significado da mensagem. Caminhos que se traçam na vida, e as descobertas que fazemos através deles. Decisoes!
Rodrigo Correia

Anaquariana disse...

Há palavras que têm vida. Uma vida própria e independente da vida que lhes queremos dar e é dentro de nós que elas ganham força!

Um abraço