quinta-feira, 1 de maio de 2008

A memória também é um guarda-jóias (dedico este fragmento à Inês Nunes)

os amigos: signos de uma límpida lâmpada. as palavras dos amigos: colares de afagos. amigos. os que nos marcam e nos tatuam com cálidas cores são um tesouro transparente. tão precioso. são um timbre de sílex. jóias semeadas e suspensas nos jardins da nossa pele. amigos: talismâs da terra iluminada. a memória é também um guarda-jóias onde cabem as delícias do alento. as torres de luz que nos levantam. os anéis que nos circundam os dedos como chamas de pontes. os amigos: diademas de gestos efémeros engastados nos diamantes do eterno. se nos morre um amigo morre-nos o poeta que escrevia girassóis nos nossos ombros. se nos morre um amigo morre-nos o sabor de um sorriso futuro. morre-nos um feixe. um figo. ou uma flor. se nos morre um amigo nasce-nos a verdura de um verso de minúcias e de memórias. nasce-nos uma pedra preciosa que permanecerá fruto fulgente. no guarda-jóias do coração transparente de tristeza. porém como aliança de viva alegria visitada e abrigada. tecida pelo tempo e na pele sob a pele tranfigurada..............................................................................luís filipe pereira

1 comentário:

Anónimo disse...

No meu guarda-jóias esta jóia permanece guardada...o precioso cordão de memórias polidas, num acabamento espelho onde nos vejo reflectidos.

SEM PALAVRAS PARA AGRADECER A DIMENSAO DO SEU GESTO...

BEIJO MEU
IN