O silêncio despe-se
Nus
Os sexos ardem
Os seios da palavra
Os músculos do silêncio
O silêncio
E a palavra
O poeta
E o poema" (Daniel Faria)
a palavra percorre os sentidos. mergulha na margem da carnação sem destino. tacteia sem perguntar para troar a pele no seu langor de lâmpada. a palavra nua frequenta o domínio encantado e suporta na luz dos seios a pausa de sede entre dois sons. como achas os sexos segregam nos corredores da noite suas luzes vacilantes como versos. versos sobre ventres. sobre trompas de silêncio. o poema é uma pele encontrando outra pele que nela se abriga. o poema e o poeta: duas mãos que migram palavra a palavra. músculos descaindo para a cintura até à nua linha do osso nítido onde escreve uma esquírola de desejo o esmalte dos degraus alçados pelas despidas palavras.
luís filipe pereira
4 comentários:
Partindo daqui, dedico-lhe o poema que acabei de “postar” no meu blog.
Saudações poéticas
Mónica
Dá vontade permanecer neste blogue. percorrer as palavras enquanto lá fora uma alegre chuva de maio. Como refere o luís filipe pereira num texto sobre os sótãos, este blogue é o meu improvisado sótão salutar. Dá alento a emoção posta em cada palavra,ímpressiona a qualidade da criação poética onde as imagens nos tocam e nos elevam pelos degraus dos seus textos. Entrarei. Obrigado pelos degraus da sua escrita.
No silêncio, no Domínio do Sensível descobrem-se palavras encantadas, inventa-se o corpo e escuta-se a poesia (a tua).
Rui
A palavra, persegue os sentidos e ilumina-os. Tacteia o corpo dos versos do poeta: "o poema é uma pele encontrando outra pele que nela se abriga". Nessa nudez mútua e "nos músculos do silêncio", acariciam "os seios das palavras" e permanecem no desejo pelo "domínio encantado".
Gostei de ler o seu texto e de conhecer mais um poeta, Daniel Faria.
DiteApolinário
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